Prazer solitário mas feliz


Eram 21h da noite.
Ela chegou com um cansaço descomunal depois de muito transito e um longo dia de trabalho.
Abriu as portas de seu apartamento e estava ali, sozinha, sentindo seu próprio cheiro no ambiente.
Tirou as roupas do corpo ficando nua e desfilando pela casa enquanto preparava seu banho. Estava cansada e precisava relaxar.
Ligou uma musica, abriu uma garrafa de vinho e tomou uma taça na mão dirigindo-se ao banheiro.
Iniciou seu ritual habitual. Seu banho era regado de cheiros, texturas e cores. Aquilo fazia bem a ela. Fazia tudo aquilo servindo-se de goles de seu vinho. Ela se esquecia do dia e pensava apenas nela.
Saiu do banheiro enrolada em seu roupão. Deitou-se sobre a cama segurando a taça na mão olhando para o teto do quarto. Fechou os olhos por um minuto e desejou que suas preocupações fossem embora.
Ela queria o futuro, o mundo, o desejo, a paixão e o sexo. Tudo que podia lhe pertencer em vida.
Tocou sua pele naquele instante. Sentiu sua própria sedosidade. Cheirou-se e desejou que alguém estivesse ali para toca-la, cheirá-la e senti-la.
Passou a mão sobre os braços, ombros, tocou seus seios delicadamente descendo sob seu abdome, sentindo a textura de sua pele. Imaginou-se sendo tocada por alguém que a desejasse, compreendesse e quisesse estar ali compartilhando aquele momento.
Tocou seu ventre e desceu até seu sexo. Acariciou-se mas sem se importar com nada. Há quanto tempo estava sem se permitir-se a isso.
Seu corpo estava cansado mas seu desejo não. Tocou-se para relaxar, liberar serotonina e se extasiar ouvindo seu próprio gemido.
Fazia tanto tempo que não sentia o prazer de um gozo que sua pele se arrepiou como uma corrente elétrica percorrendo sob sua coluna. Sentiu-se plena, satisfeita. Um misto de alegria, relaxamento e solidão. Um prazer solitário mas feliz.
Relaxou. Sentiu seu coração batendo forte e desacelerando. Um riso e uma lágrima rolaram pelo seu rosto.
Gostoso seria alguém agora para dormir de conchinha ou olhando para sua fisionomia “gozada” segurando sua mão.
Virou-se de lado, fechou os olhos e dormiu serenamente.

Por Camilla M.
18/10/14

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Conversa de um dia com alguém…


Conversa de um dia com alguém…
  
“Hoje em dia muitos homens pegam uma mulher como se pegassem um saco de 20 kg e apertassem com força. Alguns homens são muito afoitos, não gostam de fazer um charme, dar um quê de mistério para depois se revelar.
Chegam diretamente, “me chupa”, “deixa eu te chupar”, chega passando a mão e arrancando a roupa sem a prévia de um beijo estralado, molhado… não precisa ser romântico, precisa ser carinhoso, terno, quente e sensual.
Beijar é uma arte. E é pelo beijo que se começa o ato sexual e pelo beijo também que a mulher sente tesão e, se não tem esta preliminar e, não sendo contínuo o beijo durante o ato, com lambidinhas e mordidinhas, beijos quentes e úmidos, esqueça, pois dependendo da mulher, ela não vai chegar ao seu ápice de prazer.
O toque dos dedos ou da mão suavemente pela pele, sem esforço, sutil, delicado, terno fazem parte deste contexto maravilhoso, o toque é a máxima expressão de carinho e respeito… 
Os homens aprenderam a serem brutos demais, não sabem ser delicados e ternos por que foram educados assim. Foram criados com alguma repressão, com idéias masculinizadas de que não devem chorar, devem ser fortes até nos momentos de dor, devem ser racionais e nada emotivos e que ser sensível é sinônimo de feminilidade…
Assim como numa mulher, extremamente feminina, cheia de “não me toque e não me rele”, “não gosto daquilo, tenho vergonha disso”, saiba que homem algum gosta de frescuras no momento do ato. A não ser que ele tenha muito, mas muito saco para aturar.
Na verdade, homens e mulheres devem ser yin e yang a todo instante e a qualquer momento para que haja equilíbrio perfeito. Num homem pode sim ter sua sensibilidade e ternura, e na mulher, a força, o raciocínio, o espirito guerreiro…
Acredite, mas cada homem e mulher precisam aprender esta desenvoltura. Nada de críticas, apenas um desabafo.”
Por Camilla M. (10/07/08 )

O toque


Sabe-se lá Deus o quanto o toque é importante,
Porém, há pessoas que sabem tocar, pegar, tatear…
Há pessoas que tocam o coração com um simples olhar ou uma bela palavra.
Há pessoas que tocam as suas vidas sem pestanejar.
Há pessoas que tocam instrumentos como harpas Divinas.
Há pessoas ainda que tocam nas outras para curar.
E há pessoas que tocam para excitar.
O que não faz um belíssimo toque, cada um a sua maneira…
Toque leve e sutil, ou mãos rastejantes como cobra, silenciosa porém venenosa.
Saber tocar é uma arte, em todos os sentidos, nas mãos existe os olhos da alma, porém há toques com os pés, o que para os índios, são os olhos guias nas florestas…
Há os toques com corpo todo, como uma massagem tailandesa…
Ah, o Toque Divino, este é o mais aguardado e ao mesmo tempo o mais temido…
Toque, simplesmente, a arte de tocar algo, transformar e transbordar com alguma ação, sentimento ou pensamento…


Escrito por Camilla M. (21/07/08).