Máquina do tempo


O que você faria se houvesse uma máquina do tempo para voltar em algum período da sua vida?

Não estou aqui para retratar sobre dores ou reviver passado mas na tentativa de olhar a vida com outros olhos, uma suposição de um momento sonhador.

Se eu tivesse uma máquina do tempo ao dispor, primeiro que gostaria de voltar nos anos 90, isso mesmo, só para curtir as baladas da epoca. Tenho tanta saudade de sair para dançar sem aquele empurra e esfrega das baladas atualmente. Gente querendo te comer até mesmo distraidamente.

Eu falo de curtir o dance music nos clubs mais famosos da epoca. Não precisavamos encher a cara, era só dançar e se divertir. Havia clubes que eram permitida a entrada de mais jovens mas a balada começava cedo. Eu era criança nesta época mas quando vejo vídeos sobre isso, tenho muita vontade de ter me divertido lá.

Um momento que também gostaria de voltar era no inicio da minha adolescencia, ter me imposto mais as pessoas, ter dado menos “orelha” a quem não devia. Toda vez que olho para minha pré-adolescente, falo sempre para ela, confie mais em você e não ouça o que outros tenha a dizer. Seja rebelde! Diga não!

Penso nisso pois evitaria assim muitas coisas que deixei passar por falta de força inteiror para dizer não na hora certa e para as pessoas certas.

Ainda voltaria na adolescencia para usar umas roupinhas diferentes, menos recatada. Incrivelmente até hoje tenho receio da mostrar as pernas. Não que seja um problema para mim mas faria diferente.

Eu ainda iria um pouco antes, no final dos anos 80, quando meus avós eram vivos. Queria curtir minhas avós principalmente por mais tempo. Elas faleceram muito próximas e eu só tinha 7 anos, não entendia muito bem. Sei o quanto a sabedoria delas me ajudaram a ser quem eu sou. Queria ter “cultivado” muitas plantinhas que elas plantaram em seus jardins.

Sem ter maquina do tempo tenho mutias lembranças boas da infancia e da adolescencia “apesar DE” algumas coisas. Lembro-me de brincar na rua, das arvores gigantes de sibipiruna que ficavamos embaixo. Dos pega-pega e pique-esconde. Rodar bombril pegando fogo, corrida de bicicleta e dos altos papos até tarde na rua com a turminha.

Sonhávamos ter 18 anos só para sair a noite pois víamos os maiores indo a um baile famoso proximo ao meu bairro. A partir das 10 da noite avistávamos as pessoas subindo a rua (que era caminho para chegar neste baile), arrumados, salto alto e perfume Opps. Quasar, Krisca ou Kaiak dos anos 95+.

Tantas coisas boas não é mesmo? Já se pegaram pensando que, cada faixa etária, tem sua lembrança mais primaveril. Todas as experiencias são unicas mas que deixam saudades e um gostinho de quero mais disso.

As prioridades mudam e deixamos de ver beleza do simples, só queremos ter, ter, ter e não vivemos o momento de sermos. Quando crianças ou adolencentes estamos apenas sendo e vivendo aquele momento, imaginando um futuro que não sabemos. Agora que somos adultos somos porém só buscamos o termos de trabalhar, comer, sair, viajar, ler, crescer… o momento de apenas sermos fica para segundo plano. Deixamos de viver o presente com o que temos, não contentamos com o pouco e aí vamos adoecendo física e emocionalmente para sermos de novo.

Espero que quando estiver com 65 anos possa me lembrar dos meus trinta anos aos quais lutei muito para me tornar uma pessoa melhor, para retornar apenas ser e me preocupar menos com o futuro que “pode ser”.

Voltar ao passado é saudável de vez em quando, assim fazemos um comparativo o quando crescemos ou amadurecemos ou se deixamos de ser felizes com que somos e temos no momento.

Precisamos ser mais felizes com o que já temos dentro e fora de nós. Isso se chama simplicidade ao meu ver.

O que você acha sobre isso? Qual seria sua viagem no tempo?

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Sempre foi eu


Sempre foi eu.

Nunca foi o bulling que sofri na adolescência. Só me rejeitaram e me chamaram de “feia”, nunca disseram sobre meu corpo.

Foi eu quem criou uma imagem de um corpo que não é meu.

Estou cansada de brigar comigo por 25 anos pelos menos. Brigando contra minhas próprias estruturas, carregando um fardo interior de rejeição por não ser uma pessoa padrão.

Na verdade nunca soube quem realmente sou. Sou só fragmentos que não me parecem verdades.

Preciso urgente me desfazer de meus desenhos velhos de corpos perfeitos. Desfazer-me dos velhos textos que “sinto saudade daquela inspiração”.

Livrar-me mentalmente do estado de comparação com o passado, com a nostalgia de que antes era bem melhor. Hoje, eu vivo melhor, tenho mais consciência, tenho mais conteúdo e discernimento que não tive.

Ainda há muito o que aprender. Meus contatos espirituais não serão mais aqueles que tive sozinha ou quando estava com amigos. Nunca mais serão os mesmos! Tudo mudou!

Eu não sou mais a mesma já faz alguns anos! Minha mente ainda tenta reverberar com o passado, preciso deixa-lo lá, cobrar-me menos uma perfeição que não existe.

O que adiantaria se eu tivesse um “corpo daqueles”? Cheguei lá mas e aí? Não me satisfez. Preciso preencher esta sensação de falta com estes pensamentos e fatos do passado em relação a mim mesma para coisas novas, edificantes e que acrescentem ao meu corpo e espirito.

Por isso que disse que quero fazer aula de dança, quero ver até onde vou com isso. Quero sentir prazer no meu exercício. Dançar deve ser bem diferente do que um jogo de videogame.

Quero sentir minhas ancas leves e soltas novamente. Ops, fiz de novo alusão ao passado.

Quero sentir-me como uma cobra, sensualizando, sentindo-me presente totalmente do meu corpo e vendo do que realmente sou capaz.

Muita coisa mudou nos últimos quatro anos. Senti que evolui mas uma parte de mim ainda está apegada aquelas velhas historias do meu ser. Quero abandonar tudo isso e começar meus outros 35 anos restantes de uma forma diferente, intensa, vivente e principalmente mais consciente.

Querida consciencia, já não sou mais a mesma, agora evoluí e desejo me desapegar das velhas estruturas. Adeus consciencia velha, já me vejo com um novo olhar. Obrigada por tudo que fui para construir quem eu sou agora.

Obrigada.

Deixe o amor te levar


Deixe o amor te guiar
Deixe o amor te levar
Deixe seu corpo expressar
Na dança, no canto e no ato
tudo aquilo que deseja

Deixe o amor te levar
Para os locais mais profundos de sua alma
Para os locais mais belos do planeta

Deixe o amor te tocar
Naquilo que existe mais belo de sua alma
Naquilo que advém além de nós

Dance, chore, grite e mexa-se
Deixe sua alma expressar
Deixei o amor te guiar.

Camilla M.
(02/09/13)