Mariana era uma artista fascinante. Pintava quadros coloridos e exuberantes, painéis com grupo de grafiteiros e suas exposições eram um sucesso.
Sua exposição era um sucesso, servido de muita champanhe e salva de palmas e felicitações. Clientes, amigos e curiosos estavam impressionados com seus desenhos e pinturas.
Mariana estava distraída e feliz quando um homem se aproxima para parabenizá-la. Quando seus olhos se cruzam ela sente um encanto vindo de seu olhos. Suas mãos se tocam e seus sorrisos se abrem.
Cleber parabeniza-a pelo sucesso da exposição e ficam conversando e trocando algumas palavras.
Seus olhos se buscavam naquela noite, sorrisos tímidos a distancia porém Cleber novamente se aproxima de Mariana e lhe entrega um cartão. Ela sorri sem graça e o guarda.
Os dias se passaram, Mariana procurando sua bolsa para ir a um novo evento encontra dentro dela aquele cartão. Olha o nome e num sorrisinho se lembra do rosto do dono. Decidiu ligar para Cleber para flertar com o rapaz.
Cleber lembra-se imediatamente de Mariana e eles conversam animadamente e marcam um café.
Este café foi motivo para longas conversas e muitas risadas. Eles estava encantado com ela e, ela, com ele.
Os encontros foram aumentando, regados de aventura, cultura, silêncios, noites abraçados e filmes românticos. O relacionamento deles estava evoluindo muito bem. Eles se combinavam em muitas coisas.
Cleber sentia a necessidade de dar a Mariana algo a mais do que ela não esperava. Queria na verdade surpreende-la com seus sentimentos e atitudes. Tomou uma atitude que poderia por em xeque seu relacionamento com ela, esperando claro o melhor dela.
Fez uma surpresa, comprou um vinho e levou duas taças de cristais. Marcou de buscar Mariana e vendou-lhe os olhos.
Levou até o local da surpresa, acendeu as luzes e fechou a porta. Tirou a venda dela e pediu que olhasse ao redor.
Mariana abriu os olhos e vasculhou o ambiente, era um apartamento, totalmente mobilhado e decorado. Havia uma garrafa de vinho com taças.
Cleber todo feliz perguntou o que ela tinha achado, ela simplesmente sorriu dizendo que era lindo. Pegou as chaves da porta e entregou em suas mãos unindo-os, olhando nos olhos disse que gostaria que aquele local fosse o mundo que eles queriam construir para si. Estava lhe dando as chaves para que ficasse com ele.
Mariana fitou-o perplexa. Ela estava num misto de emoções e pensamentos. Ela sorria e ao mesmo tempo se sentia assustada. Fechou os olhos por um segundo, respirou fundo e procurou se sentar.
Cleber a observa sem entender sua atitude, esperava que no mínimo ela ficasse muito feliz. Ela fitou seu namorado e disse apenas que queria um tempo para pensar nisso pois achava que a relação estava evoluindo rápido demais.
Mariana pede desculpas e sai do apartamento. Ela estava confusa, sentindo-se dividida. Amava sua vida livre de artista, amava Cleber e sua companhia mas será que ela estava preparada para algo a mais numa relação. Seria aquele o momento certo? Ela sentia medo naquele instante precisava refletir.
Entrou num táxi e procurou a vista mais bonita da cidade para pensar. Lá do alto via a cidade brilhando, o vento batendo-lhe o rosto e os cabelos e estar ali só fazia se sentir livre.
Pensava no que um relacionamento sobre o mesmo teto seria, perderia sua individualidade, seu espaço e principalmente a sua liberdade? Teria ela espaço para si mesma ao invés de cuidar de uma casa, de filhos e principalmente marido?
Será que sua alma estava preparada para viver o peso da responsabilidade de uma relação duradoura? Em seus relacionamentos procurava viver o agora, nunca imaginou o futuro com alguém, nunca imaginou o casamento e filhos para si. Mariana estava aflita será que seu amor próprio era maior do que viver uma relação a dois.
Ela decidiu fugir para não ter que enfrentar seu medo. Ela ficou ali em seu momento de perplexidade.