Olá, como estão vocês?
Estive quieta em minha casa, junto a minha família, lendo, estudando, fazendo auto-reflexões e percepções. Confesso que este período foi muito proveitoso, consegui por em dia várias coisas que deixava para depois e que me eram ricas, porém naquelas semanas super atarefadas, não fazia. Até consegui pintar uns desenhos que estavam parados.
Li um livro sobre a alta espiritualidade e da forma como ela atua no plano espiritual para nos proteger de grandes ameaças. Estamos sim num momento de separação do joio e do trigo, o tal do “fim dos tempos” da Bíblia. Esta pandemia nada mais é que um somatização de todos os acontecimentos que ocorreram com nossa humanidade e o planeta Terra. Uma somatização para que o individuo humano, parasse repentinamente e observasse além de seu próprio umbigo, principalmente os que moram com ele, seus vizinhos, os outros e a nossa maravilhosa Natureza.
Encontrei diversos artigos comprovando e mostrando o poder de regeneração da Natureza sem a presença e interferência do homem. Pela primeira vez, depois de milhares de anos, sem respirar, a nossa querida Terra demonstrou sua força de sobrevivência. Mostrou-nos os animais a dormir e andar nas ruas com calma e tranqüilidade, mares e rios límpidos, aves nunca vistas dando suas “caras” nas árvores, cantando livremente. Peixes raros e belos a pular sobre os espelhos d`água dos lagos e rios. Nosso ar, tão poluído e castigado ficando mais limpo e saudável e bem como diminuição do buraco da camada de ozônio. Mostrou-nos também que é possível sim, viver com menos exploração, com menos necessidades absurdas gerada pelo consumismo desenfreado. Conseguimos sobreviver apenas com o necessário: comida, a família e a comunidade se ajudando. Vimos muito disso nos noticiários, tirando os terrores da mídia, vimos sim, muita gente ajudando umas as outras. Qual a nossa dificuldade em aceitar a ajuda do outro? Qual a nossa dificuldade em dar ajuda aqueles que têm menos que nós??
Nestas horas me pergunto como é possível as pessoas não acreditarem que o efeito estufa exista? Não acreditar que nossa ação interfere e muito na natureza. Nossa amada Terra esfregou em nossa cara!!
Tenhamos humildade a este ser vivo que dá de seu seio para alimentar nossa gananciosa fome. Somos todos bebês, chorões e de barriga cheia. Nunca estamos contentes, sempre querendo mais, mais e mais. Infelizes, destruímos cada vez mais este belo Ser que nos dá casa, comida e entretenimento (observe mais a natureza e verá o que é diversão) de mãos abertas e em breve, insatisfeitos com o fim disso, iremos buscar recursos fora dela, abandonando-a num caos.
Enfim, nossa humanidade caminhava (ou ainda caminhará, a depender da lição aprendida com os efeitos desta pandemia), num movimento sem propósito, sem sentido, sem sabor e apenas com o foco no futuro e no “quero ter mais”. Esquecemo-nos de viver um dia de cada vez. Esquecemo-nos de utilizar nossa vida no máximo, não para ter mais sucesso, riquezas e posses materiais, mas SIM com mais valores como nossa autopercepção e valorização, nossa família, nossos momentos felizes e diários em observar as nuvens do céu, saborear uma xícara de café com sua família, ou o prazer de pisar na grama, dentre tantas outras.
Nesta quarentena, esta atual circunstancia que estamos tem oferecido a oportunidade de uma reforma íntima para que nos tornemos melhores pessoas para nós mesmos, para nossa família e para o outro que depende de nós. Nós não evoluímos sozinhos, precisamos de uns aos outros para isso. Precisamos de ajuda para aprender e ensinar a lição ou vivenciar a mágica lição da vida, as trocas. Lição que aprendemos vivendo apenas o HOJE.
Hoje, agora, neste momento, estou me deliciando com a oportunidade de redigir um texto com amor, apertando os botões de meu teclado. Sente isso? Prazer em escrever? Sim, eu sentia falta exatamente disso! Ter a mente livre de preocupações e obrigações diárias que não me permitiam este momento expressivo de minha criatividade, pois estava com a mente sempre nas tarefas do AMANHÃ.
Precisamos valorizar nossos momentos singulares antes de nos conectarmos a coletividade. Perdemos-nos muito neste caminho. Preocupamos mais com a recreação do final de semana do que termos um momento para não fazer nada conosco mesmos e que nos dê prazer. Alguns minutos de silencio para todas as mentes conturbadas e ansiosas neste mundo salvariam vidas.
Quero ressaltar mais uma vez que, como uma lição também aprendida, devemos manter nossa mente presente e consciente. Não apressá-la ao futuro ou vagar pelo passado.
Um ato simples que nos traz ao presente é o RESPIRAR. Prestar atenção no ar que toca nossas narinas, o suave movimento de expansão e contração, assim como o Universo faz para criar novas galáxias em trilhões de anos. Expansão e contração, inspirar e expirar. Inspirar a energia do mundo para dentro de nós e expirar um pouco de nosso ser pelo mundo. Respirar torna-nos espíritos viventes no presente, no aqui e agora. Traz a presença do espírito, a energia vital que circula em todo nosso corpo.
Sejamos mais presentes em nossas vidas, inspirando e sendo inspirados pelo dom da vida que habita cada ser.
Sejamos mais felizes nesta Terra.