Olho minhas fotos e não vejo mais a mesmo pessoa. Parecem duas pessoas diferentes.
Como se uma parte de mim sentisse saudade da outra.
Estranho aonde foi que me perdi? Sempre fiquei em pedaços, reconstruí, me despedacei de novo e estou reconstruindo de novo.
Como se minha vida houvesse fachadas com temas diferentes. Estranhamente escritas.
Olho meus antigos diários, textos e desabafos, já não sou a mesma pessoa.
Fui alinhando, ainda busco este alinhamento, mas é como se este EU fosse muito mais real do que o anterior.
Como se todos os trilhões de sonhos de minha mente se tornassem apenas meia duzia.
Admito que assumo muito mais as partes fragmentadas de mim, aquilo que rejeitei e que hoje tenho dado valor.
Meus óculos, as curvas de meu sorriso e de meu corpo. Como penso, hajo e sou. Não procuro mais por definição e sim apenas ser quando tiver vontade de ser.
Não me importo com o que os outros dizem a meu respeito e não me importo que saiam de minha vida, afinal, coisa ruim vai embora logo.
Espero que esse caminho me leve aonde quero estar. Hoje olho no espelho e vejo uma outra pessoa, amadurecida, forte e mais consciente.
Camilla Murer.