Andrea era uma mulher intensa gostava de viver a vida com tudo o que tinha direito. Adorava conhecer lugares e pessoas novas. Em uma de suas viagens conheceu Steve, lindo moço, dócil e gentil, romântico e carinhoso.
Andrea como sempre superficial, se atentou a beleza do moço e de sua ótima companhia, uma vez que era muito inteligente e cobiçado. Ela era muito competitiva e não deixava nada passar por ela. Ele oferecia tudo que gostava, bom humor, garantia de diversão e um excelente sexo. Para ela a vida tinha que ser vivida a todo instante e em todos os detalhes mas não se preocupava com o futuro ou amanhã.
Steven era uma rapaz pronto, integro, típico que “toda sogra queria ter”, inteligente, educado e de boa família. Gostava de viver sua vida numa tranquilidade e fazer novas amizades. Apreciava boas companhias também e foi por isso que se interessou por Andrea. Porém, a profundidade de seu ser o levou a uma esfera profunda de sua busca pessoal, afinal, ele tinha um bom emprego, já tinha vivido o bastante e desejava encontrar uma companheira que tornasse seus dias cada vez melhores. Percebeu que estava apaixonado e extremamente devotado a Andrea.
Andrea não gostava de compromissos longos pois sua vida era uma viagem, ela era como uma cigana, nômade, não existia um local ao qual se fixar. Seu objetivo era apenas de viver a vida um dia após o outro. E em relação a Steve, sentia-se segura pois o rapaz lhe proporcionava muitas das coisas que buscava, exceto, o de um compromisso real e fixo.
Os meses que passaram juntos foram extremamente intensos, Steve estava cada vez mais envolvido por ela e, Andrea, adorava seus mimos e o sexo que era para ela um dos melhores que já teve. Achou que pudesse estar apaixonada por ele, mas eram em seus caprichos que lhe pesavam mais. Ela não desejava nada sério, pois aquela sua vida era única, existiam outras muitas pessoas que poderiam lhe oferecer coisas maiores e melhores que aquela que estaria vivendo naquele momento.
Certo dia Steve decidiu lhe fazer uma surpresa e falar de seus sentimentos a ela. Levou-a para seu canto mais favorito, viajaram até o litoral, para mostrar onde teve muitos de seus sonhos imaginados ali.
Era um praia que ficava de frente ao pôr-do-sol, com rochas espalhadas ao longo dela. Fazia frio naquele dia e, como sabia o horário certo do pôr-do-sol, achou isso romântico e pertinente ao momento. Chegando lá com Andrea, dispuseram a caminhar na areia grossa observando as ondas e a conversar sobre assuntos que eram habituados a falar. Levou-a até a ponto exato para lhe falar o que sentia ao coração, de frente ao sol se pondo, com seus raios tocando-lhes as faces.
Steve perguntou se Andrea gostava do local, ela disse que sim, o sol estava lindo e nunca tinha visto um pôr-do-sol tão belo quanto aquele. Ela estava feliz por estar alí, mas no fundo a praia lhe incomodara, mas decidiu não comentar. Steve a abraçou e com seus lindos olhos procurando a imensidão de seus sentimentos diz:
“Andrea, gostaria de lhe contar uma coisa. Este local é sagrado para mim. Ela me faz remontar a desejos que tinha quando era um adolescente e outros que tenho cultivado ultimamente. Esta praia seria um local perfeito para trazer uma família para viver momentos únicos em dias de verão. Desejaria ter minha casa aqui e viver com uma companheira ao meu lado. Gostaria de saber se você sente o mesmo por mim.”
Andrea olhou para ele surpresa com seu pedido. Ela talvez não tivesse sido explicita ao ponto de dizer-lhe que seu modo de vida não se resolvia em casar-se, cuidar de uma casa e filhos. Ela se sentiu mal por não ter-lhe falado de suas ideias, afinal, ela pensava que ele também estive a procura de boa companhia e diversão. Sorriu em sua direção delicadamente, desfazendo o abraço e olhando timidamente para o chão. Ela respirou fundo, procurando palavras para expor seus sentimentos em relação a ele. Olhou para o sol, respirou fundo e olhou para o moço com cara de quem aguardasse a reciprocidade, e disse:
“Steve, agradeço por você compartilhar este momento único e fazer-me confidências, mas quero ser sincera com você, não me vejo vivendo num local assim, desejo a cidade, o agito, a inconstância. Acredito que não estamos andando no mesmo caminho e nem ao menos temos os mesmos sonhos. Desculpe-me a franqueza, mas deveria ter lhe falado mais sobre isso, pois pensei que você também estivesse em busca de diversão, prazer e de uma companhia para compartilhar estes momentos.”
As palavras de Andrea quebraram os sentimentos do rapaz como espelhos estilhaçados. Engoliu o amargor que lhe subia a boca. Desejou não ter feito aquilo antes, pensado ao menos uma vez. Trincando os dentes e procurando respostas para uma boa saída, olhou para ela e olhou o mar e disse:
“Ah, desculpe-me lhe falar de sentimentos profundos em pouco tempo, afinal, acho que me enganei, pensei que estivéssemos andando no mesmo caminho e na verdade criei uma realidade com você que não poderia existir. Eu também não disse o que desejava em relação a você e, sinceramente, houve um erro de comunicação entre nós. Apague tudo que lhe disse e, vamos viver nossas vidas, cada um a sua escolha, seria o mais apropriado e justo para nós. “
Ficaram ali, olhando o sol se por no profundo silencio de suas almas. Nenhum teve a coragem de dizer nem mais alguma palavras. Estavam constrangidos, desnudados, perguntando-se o que realmente vale a pena nesta vida, quais eram os valores de cada pessoa e o que as levaram a decidirem seus caminhos. Desejam desaparecer dali e nunca mais deixar de dizer o que realmente buscam em suas vidas, afinal, acabamos machucando pessoas inocentes em buscas de nossos interesses e desejos pessoais.