Recentemente estive num curso de aprofundamento pessoal, que irá trazer-me muitos frutos interiores e assim espero através dele encontrar-me, reconhecer padrões de repetição e libertar-me de coisas que não conhecia ou não queria reconhecer.
Estão, numa das vivencias do curso me fizeram ir até minha infância e enxergar quando foi o motivo de minha “queda”, do momento que deixei de ser livre, deixei de ser eu mesma… então naquela noite e não dormi devido a intensidade disso e apenas escrevi todas as verdades levantadas.
Verifiquei também que estas verdades estão sempre vindo a tona e remexendo comigo, elas não se cansam, o velho padrão dizendo-me o que é certo, rotulando-me como sou e a outra parte, excelsa me dizendo que essa não a realidade, não é o verdadeiro caminho e que a verdade está em minha essência.
Quando era criança, na verdade, sempre fui eu mesma, livre, espontânea e criativa. Num certo momento quando me impuseram as coisas, como a religião por exemplo, rebelei-me a principio, mas acabei aceitando e me calando.
Desejei ser obediente, mas sempre fui muito tranquila e quieta.
Na adolescência, por querer me ingressar a um certo grupo, modifiquei-me, pois me achava diferente deles e, mesmo assim, acabei dando atenção e profundidade a tudo que me diziam.
Acreditei muitas vezes, até então, que não era bonita o suficiente, não era uma pessoa interessante e que talvez não encontraria alguém que se interessaria por mim.
Deixei as pessoas dizerem o que elas achavam e pensavam sobre mim e, acreditei como verdades supremas.
Então na adolescência toda tive uma vida dual, quando estava sozinha estava completamente entregue a quem eu era, criava o meu mundo e, quando estava com os outros, fazia tudo ao contrário, não sendo eu, passando muitas vezes a aceitar coisas que não queria fazer, dizer ou ser.
Deixei de viver meus sonhos, de ter minhas convicções em função dos outros e fazer coisas para evitar conflitos e ser aceita. Estudei química pensando em carreira e dinheiro, mesmo tendo me interessado pelo assunto. Não poderia imaginar que viveria como escrava.
Digo que vivi minha vida em dois períodos de trevas mas a luz sempre me fez superar tudo isso.
Deixei muitas vezes de me amar, de ser quem realmente sou por medo de não ser aceita por quem e o que sou. Crucifiquei-me pelos outros e hoje renego a minha cruz esta que não quero mais carregar.
Neste últimos quatro, três anos de minha vida, acabei me perdendo novamente, deixando o brilho e a luz que estava resplandecendo dentro de mim ofuscar os olhos das trevas e ela me levar de novo. Fui tola em acreditar em belas palavras, em coisas que disseram achando que estava errada e que a pessoa estava certa. Deixei de ser eu por causa de alguém que me disse coisas bonitas, que me fez enxergar uma outra pessoa que na verdade não era eu. Essa pessoa fez-se ver diante de mim, não era o que ela via de mim e sim um reflexo de si mesma.
Sim, fui sugada, toda a beleza interior minha reverteu-se em um mar seco, uma coisa que não era minha, não era eu. Enquanto acreditei que aquilo era verdade para mim, alimentou-me devido a minha fraqueza. Cai, fui presa, esmagada, seca e doente. Quando me vi estava infeliz e que o rumo que estava tomando em minha vida não era a do meu coração e sim de outros. Busquei ajuda e nestas consegui enxergar a luz, e os seres espirituais vieram me salvar mais uma vez e colocar-me no caminho que propus a fazê-lo. Sinto falta daquela que escrevia, sonhava, tinha uma realidade interior expandida. Esta voltarei a ser, aliás ela vive em mim, só adormeceu e precisa ser acordada.
O que quero dizer é que, muitos destes textos publicados neste blog, com datas de três ou quatro anos atrás, faziam parte de minha essência de meu conhecimento, de meus sonhos… eu sonhava como uma criança, sonhava numa lucidez tão pura e via a beleza em tudo e em todos. De certa forma até ingênua demais. Sei que amadureci, aprendi muitas coisas mas, tenho certeza que da próxima cilada quero estar muito consciente ao ponto de sair dela.
Espero que não haja uma próxima cilada!
Quero encerrar com uma frase de Carl G. Jung que julgo perfeita para encerrar esta reflexão.
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