O que se lê e vê por aí que homens e mulheres se tornam cada vez mais exigentes a procura de seus pares, moldando-os, fechando um campo, deixando cada vez mais restrito o caminho para uma relação saudável.
Todos idealizam pessoas e situações que caibam a personalidade e ao ideal romântico, então se fecham numa visão só de que se não encontrar alguém “assim” o resto não me importa e, como um ditado famoso que ouço por aí “enquanto o certo não vem, me divirto com os errados”.
Na verdade, acredito que isso vai de cada pessoa, vai com a integridade e a verdade que resplandece no ser. Se sentem-se felizes assim, “curtindo a vida numa boa”, ótimo, mas se estão infelizes e continuam fazendo “atrocidades” consigo mesmos, por que pensar e agir desta forma?
As pessoas vivem num ovo (às vezes sinto isso mas não de uma maneira geral), mas como se estivessem numa casca dura, querendo demonstrar aquilo que não são. Ficam procurando coisas estereotipadas que não tem nada ver consigo mesmas, acabam não enxergando isso e, quando conseguem aquilo que procuram, experimentam o sabor e se sentem infelizes e julgam que todo o resto é igual e nada presta.
É a mesma coisa para relações afetivas, as pessoas têm determinada experiência, o que não é satisfatória a ela, fica infeliz chegando a “levar com a barriga”, achando que “aquilo é o melhor” ou que é o “sacrifício”, “karma”( e tem gente que nem sabe o que é isso) que ela tem de experienciar e acredita que todo o restante é igual, feio, cruel, que Deus é culpado, a família, a década, as circunstâncias, etc…
Eu mesma já passei por um relacionamento “levando com a barriga”, não estava enxergando uma verdade que é pré-existencial: você tem poder de escolha e que 100% das coisas que ocorrem na sua vida e em sua realidade é de inteira responsabilidade própria. Tudo o que circunda a realidade da sua vida é criação sua, estava em você.
A exigência existe para que façamos escolhas mais corretas, até acredito que isso faz parte da maturidade mas não dá para fechar o mundo que se vive. Acredito que há uma flexibilidade em nossas escolhas, pois afinal somos livres, temos livre arbítrio e podemos seguir o que nos vem ao coração/mente.
Apesar da humanidade existir a tanto tempo, o homem ainda vem se descobrindo com o tempo, como seres únicos e coletivos. O homem vem sendo estudado e experienciado ao longo desta jornada, nos enxergando como seres sem sentimentos, “robôs”, sobre uma óptica corrompida, onde existem padrões ditados por uma minoria mais poderosa e estendendo se ao mundo. Assim foi por muito tempo, onde uma minoria se rebelava contra isso. Porém as coisas mudaram e nota-se que as pessoas estão se tornando mais conscientes daquilo que as circundam.
Enquanto vivermos enclausurados, fazendo escolhas que não condizem com nossos sentimentos, cada vez mais haverá pessoas infelizes e solitárias.
Acredito na autenticidade das pessoas, embora algumas sejam mais transparentes do que as outras, percebe-se quando há máscaras onde vivem-se brincando num “teatro encantado”, vivendo contos de fadas, vivendo em mentiras, escondendo-se atrás de imagens que não somos ou não assumimos ser.
Enfim, ter ou não alguém é uma opção. Porém é imprescindível que estejamos dispostos a nos conhecer através do outro, a sermos nós mesmos, aceitando, aprendendo e crescendo através de uma união saudável, com diálogo e livre de cobranças mútuas.
Camilla M. (24/08/2007)
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