Estes dias ouvi uma linda pregação de um padre no rádio sobre Mãe Maria, o que era ser mãe de verdade e compreender a evolução de seus filhos e que mesmo sabendo que os riscos que eles correm devem deixá-los viver e aprender mesmo que isso tragam-lhes dor. Assim aprendem com suas próprias escolhas a resolverem seus problemas desde pequenos.
Maria tinha recebido o chamado e entendia bem sobre o Dom da Maternidade. Ela compreendia que Jesus era uma criança diferente e sabia de suas escolhas. Ela o apoiava, embora sabia que, o que ele pregava, era contrário do que as pessoas acreditavam e contra as leis da época. Mesmo assim, ela mesma sabia que era sua verdade e acreditava em seu filho, mesmo sabendo que ele corria perigo.
Não é fácil e simples educar um filho e sabemos o quanto não foi fácil para nossos pais nos educarmos principalmente tratando-se da forma que a Terra vem passando por mudanças.
Mas estive meditando sobre o assunto, tive alguns sonhos também, mas uma coisa sempre passou pela minha cabeça, e que lembro da revolta que passei, quando era menina, quando meus pais resolveram me matricular na catequese.
Sempre ia a missa aos domingos com meus pais e deixavam-me a vontade, dormia no meio da celebração e achava engraçado tudo àquilo, cantava, brincava com os pregos do banco da igreja e ficava olhando para outras crianças e pessoas.
Quando meus pais resolveram forçar a barra de me obrigarem a ir numa catequese nunca tinha sentido tanta raiva. Aquilo foi um insulto para mim, como alguém podia escolher e obrigar que freqüentasse um lugar que desconheço e nem sabia direito o que era?
Na escola foi diferente, pois já sabia escrever e ler mesmo sem ter feito pré-escolinha, pois meus pais já haviam ensinado. Minha consciência era outra quanto ao assunto escola.
Mas revoltei-me muito quando soube que freqüentaria uma coisa que não queria fazer, e assim, fui criada desde menina numa igreja católica cheia de dogmas, com medo de que Deus fosse me julgar pelas coisas que fazia, ou pensava e que repreendia minha liberdade de ser e de pensar.
Hoje para mim a igreja não passa de uma maneira de controlar as pessoas, mesmo crescendo no meio de dogmas, sempre fui questionadora e desde muito cedo sentia e via as coisas de forma diferente.
Nada contra a Igreja e quem freqüenta, respeito as escolhas que as pessoas fazem onde ou como fazem para estarem “mais próximos de Deus”, mas os conceitos da Igreja Católica já não me satisfazem espiritualmente.
Aprendi muito mais sobre minha espiritualidade depois que libertei dos dogmas de fato. Algumas pessoas da minha família não compreendem ao certo sobre minha busca espiritual.
Sempre senti o chamado, desde muito jovem, mas pelo motivo de estar mergulhada nos dogmas, com medo do que ia acontecer pelo “temor de Deus”, sentia na verdade que uma flor estava murchando. Sentia-me muito longe de Deus e que teria que fazer muito ainda para chegar lá.
Enfim, hoje, com um pouco de maturidade e com os sonhos que tive nas noites passadas, mostraram que, não quero tratar desta forma com meus filhos da mesma forma que fui tratada.
Não tenho ressentimento de meus pais por isso, mesmo na criação católica, aprendi muitas coisas, tive o conceito do religare mas quero que meus filhos tenham liberdade de escolher qual lugar vão freqüentar, respeitar as outras escolhas deles, mesmo que não sejam felizes, mas que possam aprender com elas.
Desde o momento que estiverem na barriga, quero que sintam o mundo que elas se dispuseram a encarar, quero que sintam as belezas, que sejam inteiros, não saiam da linha de seus corações, que sigam o que suas almas dizem sem que alguém os repreendam, ou tenham medo do que os outros vão achar, que sejam eles puramente para executar suas missões.
Não vou deixá-los a esmo, transformá-los em “anarquistas” rs… Mas os pais são educadores da vida, vão estar ao lado de seus filhos apoiando e indicando os caminhos, mas quem os escolhe são eles! Eu gostaria que entendessem sobre o respeito e liberdade das escolhas das pessoas.
Nos sonhos decorrentes, numa noite sonhei que criticava a atitude de tantas pessoas terem muitos filhos e conversava sobre isso justamente com minha cunhada que está grávida. Aquilo interiormente me soou como “você falou uma asneira” e ela mudou de fisionomia na hora em que tinha dito aquilo.
Senti que aquilo talvez não era a minha opinião, é como se estivesse numa posição de “dominância” no assunto, que estava errada com aquela idéia, mas o que me fez pensar foi: e se for designado que seremos mães, quem nos impedirá? Assim como Maria foi designada, quem e o que nos impedirá de ocorrer?
Tá, eu sei que vai ter um monte de gente criticando essa minha opinião, achando que sou “ingênua”, mas acredito que chega um ponto na sua vida que suas idéias e atitudes mudam, mas mudam conforme nossa evolução e não em resposta a algo ou alguém. Às vezes somos levados a atitudes que não nos correspondem por que queremos agradar aos outros.
Como muitas mulheres que se exigem de ter filhos para agradar ao pedido do marido ou da família. Condenam-se por isso, faz sacrifícios e tudo o mais, mas não param para analisar se receberam o verdadeiro chamado, se estão realmente preparadas para este dom. Anulam suas vontades para “agradar” aos outros. Isso não é justo consigo mesma!
Conhecemos histórias reais de pessoas que passaram anos tentando ter filhos e como solução a vontade, adotaram, e como um “milagre”, conseguiram ter seus próprios filhos depois da adoção.
Eu acredito que ser mãe é um dom Divino, assim como ser Pai. Ser mãe para por apenas filhos no mundo é muito fácil, porém quero ver ser mãe de alma, amar, entender, conduzir, educar, trazer as condições psicológicas e emocionais apropriadas, etc…
Não sou mãe, não sei se um dia serei, não tenho jeito algum com crianças, mas no segundo sonho que tive, fez-me ter uma idéia diferente de “como é ser mãe”.
Sonhei que estava grávida, com uma barriga linda e sentia uma energia maravilhosa que vinha de meu ventre. Uma alegria e mistério, um ser Divino, gerando um outro ser Divino. Senti a própria Energia da Criação, do Principio, o direito Divino das Almas encarnarem na Terra.
Nunca senti uma energia tão fascinante! Eu carregava um outro Ser Divino igual a mim no ventre! Foi o sentimento mais maravilhoso que senti na minha vida, uma honra!
Desta forma é que viemos ao mundo, o nosso direito de Criação e de almas em evolução, o exemplo da Energia Criadora: Energia do Pai + Energia da Mãe. Da forma como fomos criados a imagem e semelhança de nosso Deus Pai e Mãe.
Mas a emoção de carregar alguém no ventre foi maravilhosa! Acredito que seja assim quando carregamos um filho na barriga e isso é um exemplo magnífico de Energia de Criação. Realmente fez-me pensar que ser Mãe é um dom, um chamado de Deus.
Embora muitas mulheres sonham e querem ser mães, peço que parem e pensem com carinho, se isso é vontade própria ou simplesmente o desejo de agradar o marido e família? Se é um chamado seu ou algo que “acha” que a sociedade irá cobrar se você tem ou não filhos?
Pensem bem, temos muitos filhos neste mundo abandonados esperando por carinho, amor, um lar, mas se você tem o Dom de Ser Mãe, saberá cuidar de filhos que não são de seu sangue também, saberá dar amor da mesma forma como se ele tivesse saído de seu ventre. Ser mãe é receber o chamado do Amor, é o Dom que Alma leva e se encarrega de fazer.
Nem todas as mulheres possuem o Dom, recebem o chamado, mas aquelas que têm, sabem de verdade o que é!
Camila Moreira
03/03/09
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